Allianz Parque 7/3/23
Só quatro dias depois de ter visto CPM 22 e Fresno, eu e Thatóla minha bruxa (sempre ela) voltamos ao auge do sexy hard rock dos anos 80. Basicamente uma viagem no tempo, saindo dos anos 2000 e voltando diretamente para os tempos áureos da noite californiana.
Allianz Parque, palco sagrado do alviverde imponente, numa terça-feira de clima ameno e agradável, para assistirmos aos shows do Motley Crue e Def Leppard. Alguns detalhes importantes: Thaisa não é muito fã de hard rock, o rolê dela é mais metal e emocore. Mas, obviamente eu coloquei na vida dela durante algumas boas semanas a minha playlist "Cadê minha calça de couro?" no Spotify. Coisa fina, só as mais brabas daquele hard rock safado, coisa linda ("digassidepassagi", Craque Neto).
Outra curiosidade é que nós fazemos parte da galera que conheceu mais sobre o Motley Crue depois de ter visto o filme "The Dirt", lançado pela Netflix em 2019 que conta a história da banda de Nikki Sixx, Vince Neil, Tommy Lee, Mick Mars e (hoje em dia) John 5.
Assistimos ao filme, curtimos o som e na mesma noite eu falei: "Tem show dos caras no Brasil em breve, heeeeeein". Convenci, compramos e o dia do rolê chegou!
E pra deixar registrado logo de cara, a impressão negativa de todo rolê foi a quantidade de pessoas. No máximo 15 mil num estádio que suporta cerca de 40 a 50 mil pessoas. Realmente o público paulistano não hypou tanto o show dos old mans californianos. Para se ter uma ideia, o palco foi montado no meio do campo. Mas enfim, azar de quem não foi.
Antes do Motley rolou o show do Edu Falaschi, ex vocalista do Angra, mas infelizmente não conseguimos ver. Terça-feira né? Dia de trampo, aí não rolou sair a tempo de chegar às 18h lá no Allianz. Chegamos alguns minutos antes do Motley abrir o show com a clássica "Wild Side". E a partir daí foi hit atrás de hit, as mais tocadas no Spotify, um presente aos fãs que aguardaram o retorno da banda ao país depois de 2015.
Além do setlist, que contou com todas as clássicas da banda, o show é muito bem produzido. É showzão de hard rock mesmo, com cenografia, luz, fogo… tudo grandioso, show digno de estádio mesmo. Além disso, a banda continua performando bem. Nikki Sixx é o típico rockstar, Tommy Lee continua entregando muito bem os ritmos rápidos que as músicas da banda propõem, Vince Neil apesar de não ter mais a energia dos anos 80 (naturalmente), continua cantando a vera e performando bem. Uma ou outra música que dá pra perceber um playback um pouco acima da voz natural mesmo, mas nada do que qualquer outra banda não faça hoje em dia.
Mas assim, para mim a maior surpresa e melhor performance fica na conta das guitarras do John 5. O mano já tocou com o Marilyn Manson, Rob Zombie e agora faz parte do Motley Crue no lugar do lendário guitarrista e fundador da banda, Mick Mars. Não vou entrar na polêmica que essa troca gerou, pois o intuito aqui é falar do show em si.
John 5 é um puuuuta guitarrista! Segura na ponta dos dedos todo peso dos riffs e dos solos, além de participar também dos backing vocals. Gostei demais de ter a chance de vê-lo ao vivo no auge dos seus 52 anos.
Enfim, em resumo o Motley Crue faz um showzão de hard rock com tudo que tem direito: performance, estética, cenografia, pirotecnia e tudo como manda o figurino do hard rock oitentista. Inclusive, com duas backing vocals fazendo parte do time (Hannah Sutton e Ariana Rosado) que trazem aquela estética sexy (e até um tanto quanto machista) dos anos 80.
Motley Crue prometeu e entregou! E veio do Def Leppard pra fechar a noite…
Por mais que, particularmente não conheça tanto sobre o Def Leppard, é inegável a importância dos caras pro mundo do rock. Curiosamente foi o segundo show da banda que eu pude ver. Assisti também lá em 2017 no "São Paulo Trip Festival" quando os caras abriram o show do Aerosmith.
A banda também entrega um show bastante intenso. Essa tour trás a divulgação e vários singles do disco "Diamond Star Halos" lançado em 2022, mas também não pode ficar de fora os grandes hits como "Pour Some Sugar On Me", "Hysteria", Love Bites", "Animal", o love song "When Love and hate Collide", "Foolin" entre outros.
O show também traz a grandiosidade de uma "Stadium Tour". E fica aqui o comentário especial ao vocalista Joe Elliott que comanda a galera super bem do início ao fim. Além da banda, com destaque ao lead guitar Phil Collen que entrega técnica, agilidade e feeling com riffs (tanto os novos quanto os antigos) de forma magistral.
Fato é que o Def Leppard continua entregando um rock`n roll de altíssima qualidade, envelhecendo como vinho, na estrada desde 1976 e ainda performando muito bem.
E foi isso, a noite oitentista estava completa. Em 4 dias voltamos de 2008 pra 1983 e foi tudo lindo, graças ao Rock`n Roll que segue vivo como nunca!
VIDA LONGA!
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